Diversão, arte, literatura, psicologia, e muito mais

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Alberto Caeiro - Ficções do Interlúdio

O meu olhar azul como o céu
é calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
porque não interroga nem se espanta...

Se eu interrogasse e me espantasse
não nasciam flores novas nos prados
nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
e o sol mudasse para mais belo,
eu sentiria menos flores no prado
e achava mais feio o sol...
Porque tudo é como é e assim é que é,
eu aceito e nem agradeço,
para não parecer que penso nisso...)

Nenhum comentário: